quarta-feira, setembro 21, 2016

Precisamos falar sobre Setembro Amarelo



Gosto muito desse clima amigável de Setembro, do ar de inverno que se esvai dando vida a primavera. A natureza é preenchida de flores coloridas enquanto o céu se abre numa coloração de azul. O floreiro da essência da aurora se torna agradável para quem vê e respira o oxigênio da atmosfera, mas para alguns isso é frívolo. Muitos estão ocupados com a sua rotina que toma grande parte do seu tempo, e coisas relevantes ocorrem rapidamente assim como as horas se passam.

É por isso que eu gosto de Setembro! Ah, Setembro, queria muito que você ficasse. Adoraria ver essa sua simpatia amarela por todos os meses. Não importa que cor seja, mas você poderia ficar, sendo rosa, azul, laranja ou amarelo. Podia trazer sempre essa preocupação que as pessoas tem uns com os outros quando postam em algum lugar que está sempre disposto a ajudar e ouvir desabafos. Mas sabe, eu sinto que quando você passar, esse socorro irá ficar para trás. Irão voltar cada um para o seu canto, como se você fosse apenas mais alguma coisa, como se o suicídio só acontecesse em Setembro, e não em Outubro, Novembro, Dezembro ou até mesmo em Janeiro.

Mas aí eu penso: e aquelx garotx que foi puxadx aos poucos pela depressão? Aquelx que no início lutou contra a vontade de sair de casa, mas perdeu o confronto e se afundou na cama, onde a coberta por cima de seu corpo lhe dava assistência? Normalmente tentam ignorá-lx no dia a dia, onde a máscara social está presente no seu cotidiano.

A pergunta é: o que nos define? Quem realmente você é? Queria saber se você é aquela pessoa que se esconde através da aparência, inventando ser quem nunca foi. Ou, talvez, aquele que solta um sorriso, se questionando ser feliz. Você é feliz ou apenas aparenta ser?

Seria tudo muito fácil se permitissem que a felicidade fosse verdadeira e baseada no que as pessoas sentem, sem questionamento de porquês. E se abraçassem sem mentiras e não falassem pelas costas, tudo seria muito mais limpo e a vida não seria tão complexa.

Nos acostumamos tanto com um conceito que se torna algo constante e "normal" quando, na prática, isso não deveria estar no nosso usual. É tão fácil julgarmos certa pessoa porque fez tal coisa, que esquecemos de tentar saber e procurar a verdadeira razão para poder ajudá-lx, já que "isso não é da nossa conta". Na verdade, enquanto você está curtindo com seus amigos, esse sujeito está repensando nas palavras que disse e no que poderia ter feito ou sido se tivesse uma oportunidade de mudar, tentando ser aceito por vozes que disseram para estar dentro de um padrão.

Quando alguém lhe falar sobre depressão, transtornos e outros problemas, nunca desmereça isso só porque não está na sua realidade. Não é só porque você não tem essa crise que é algo inventado ou fictício. O silêncio de uma pessoa muitas vezes não é por falta de palavras, e sim pela complexidade e abundância delas.

No fim, queria muito que esse ar de Setembro Amarelo não fosse embora, e que todo esse amparo continuasse existindo a qualquer hora.



terça-feira, agosto 23, 2016

E se...


E se eu estiver mentindo para mim mesma o tempo todo?
E se o meu eu verdadeiro estiver escondido dentro de mim?
E se eu for sincera magoar as pessoas?
E se for a mim mesma?
E se as pessoas me rejeitarem?
E se...
E se eu guardar o que penso?
O que sinto?
O que desejo?
E se eu fracassar?
E se eu não tiver ninguém para me ajudar?
E se...
E se fosse diferente?
E se eu não tivesse essas incertezas?
E se eu sonhasse?
E se essas perguntas não existissem?
E se...?
E se eu for diferente?

quinta-feira, junho 30, 2016

Libertação

É difícil sobreviver num ambiente onde conflitos familiares destroem todas as alianças de união. E o pior, é mais custoso ainda tentar sair sozinha da escuridão.

Quando perdi um parente, pensei que iria saber lidar com isso assim como as outras pessoas lidam, aliás, em livros os protagonistas superam tão facilmente a falta de alguém que pensei que iria ser o mesmo comigo. Quebrei a cara ao perceber que não é assim que funciona. Chorei escondido quando me disseram que isso é errado, e coloquei um sorriso no rosto para não ver pessoas ao meu redor compartilhando o mesmo sentimento. Mas sabe, chega uma hora que cansamos de esconder as amarguras. Fiz isso a minha vida toda, e não dá para aguentar tamanha conturbação de sentimentos. O mais duro é saber que aqui em casa não posso ter tal libertação de conversar com alguém, já que todos vivem em seu mundo fechado.

Nesses dias, tudo o que eu consigo pensar é no que o certo possa significar. Mas essa resposta eu sei que é impossível de encontrar.


30/06 às 21:40
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