sexta-feira, janeiro 18, 2019

[Resenha] Menina Boa Menina Má


Título: Menina Boa Menina Má
Autora: Ali Land
Páginas: 376
Editora: Galera Record
Ano: 2018
Skoob

Sinopse: Os corações das crianças pequenas são órgãos delicados. Um começo cruel neste mundo pode moldá-los de maneiras estranhas Nome novo. Família nova. Eu. Nova. Em folha. A mãe de Annie é uma assassina em série. Um dia, Annie a denuncia para a polícia e ela é presa. Mas longe dos olhos não é longe da cabeça. Os segredos de seu passado não a deixam dormir, mesmo Annie fazendo parte agora de uma nova família e atendendo por um novo nome — Milly. Enquanto um grupo de especialistas prepara Milly para enfrentar a mãe no tribunal, ela precisa confrontar seu passado. E recomeçar. Com certeza, a partir de agora vai poder ser quem quiser... Mas a mãe de Milly é uma assassina em série. E quem sai aos seus não degenera...

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Annie cresceu ao lado de uma mãe psicopata que prendia, abusava e matava crianças em um lugar chamado “playground”. Cansada de ser abusada e de ver toda a crueldade feita por sua progenitora, Annie resolve denunciá-la para a polícia.

Antes do julgamento acontecer, Annie fica temporariamente na casa de seu psicólogo Mike. Ela vai à escola e vive como uma garota adotada. Agora Annie se chama Milly, e ela não mudou apenas de nome. Ela vive escondida da imprensa e de qualquer contato que a remeta a sua mãe, não pode contar a ninguém sobre o que aconteceu e é perseguida pelas memórias e pela voz de sua mãe que insiste em permanecer em sua mente todos os dias. Annie luta contra o que a sua mãe lhe ensinou, mas não é fácil esquecer e recomeçar do zero.

A partir daqui irei chamá-la somente de Milly.


Milly convive com Saskia, a mulher de Mike, e sua filha Phoebe. Saskia e Phoebe não têm uma relação muito boa. Na verdade, a relação entre elas é inexistente. Phoebe é má e desrespeita os pais. Ela é a típica adolescente rebelde e egocêntrica que faz bullying com todo mundo. Saskia não cumpre o seu papel de mãe; ela não liga para o que Phoebe faz nem para o que ela fala, e isso, claro, atinge bastante a filha.

Phoebe não é má somente dentro de sua casa, na escola ela é pior. Além de se achar superior, ela faz coisas horríveis com a Milly e a trata como lixo. Milly aguenta tudo sozinha e prefere não causar confusão pois isso atingiria o homem que está ajudando-a. Milly permanece calada, mas seus pensamentos não.
Da mesma maneira que o meu silêncio perturba a Phoebe, o seu me perturba. Confiante. É como você se sente. Você espera que eu faça besteira, mas lá no fundo imagino que gostaria que eu não fizesse. Uma prova que me ensinou direitinho (...).
Como o livro é narrado em primeira pessoa, a gente tem uma visão clara sobre a conturbação que está dentro da cabeça de Milly. Ela travou uma guerra interna dentro de si mesma e ora quer ficar do lado bom, ora quer seguir os ensinamentos de sua mãe. Não é à toa que o livro se chama “menina boa menina má”. Para nós é tão claro qual lado a Milly deve seguir, mas não é tão simples assim para ela. Pensem comigo, ela tem apenas 15 anos e viu muita coisa absurda – e também passou por abusos –, a cabeça dela deve estar uma bagunça. E realmente.
Sim, eu sempre vou ser Annie para você, mas para os outros sou Milly. Gêmeas siamesas dentro de mim, em guerra,
Menina boa.
Menina má
Adorei a maneira em que a autora trabalhou a mente da Milly, acho que esse quesito não deixou a desejar. A história não foca tanto na mãe da Milly, então não iremos ter cenas detalhadas sobre o que ela fazia no tal playground. Com certeza eu iria amar se tivesse sim a parte detalhada sobre os crimes cometidos, mas eu sei que esse não foi o foco nem a intenção da autora – mas mesmo assim eu dei quatro estrelas, algumas coisas ficaram em aberto e eu adoraria ver um pouco mais.

No geral eu gostei dos personagens – não a ponto de amar, pelo contrário, senti muita raiva. A Phoebe foi muito bem trabalhada e teve uma importância enorme no enredo. A Saskia e o Mike também foram personagens que eu consegui me apegar – torci para que a Saskia desse a volta por cima. A “nova família” da Milly não é perfeita e a cada dia que passa a união se desestrutura ainda mais.

Eu adorei a escrita da autora. Li o livro em três dias, então fluiu super bem comigo. É uma narrativa objetiva e sucinta e que faz uma bagunça na cabeça do leitor. Teve horas que eu queria muito que a Milly não fizesse algo ruim, mas teve outros momentos em que eu torci para que ela desse o troco – principalmente na parte do bullying. Errado? Totalmente, meu Deus, onde eu estou com a cabeça? Não sei se essa foi a intenção da autora, mas sentia que tinha um diabo e um anjo em cada ombro meu, assim como acontecia com a Milly.


O final não foi 100% surpresa para mim, sabia que algo daquele tipo iria acontecer, só não sabia como. Ademais, gostei do desfecho, só não me chocou tanto. O livro não é cheio de ação, então se você gosta de suspenses desse tipo talvez não curta a história. Se você adora suspenses que pesam mais o psicológico, tenho certeza que será uma ótima oportunidade.
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